quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Defesa de TCC de Especialização Lato Sensu

Caros amigos (as) e aluno(as)! No dia 05/ 11/11 será a minha defesa de Tese de Conclusão de Curso de Especialização com o seguinte tema: Letrar através de Acrósticos e Caligramas. A tese será defendida na UNICAMP e, infelizmente, não será aberta ao público :( Mas, mesmo assim, quero compartilhar com vocês este momento tão importante. Para aqueles que sempre estiveram ao meu lado nos momentos mais difíceis...Deixo meus sinceros agradecimentos. Que o DEUS interior, que habita dentro de nós, seja despertado todos os dias. Abraços Profª Solange

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Regra e uso da crase

Crase
Regras de uso e emprego
Da Página 3 Pedagogia & Comunicação
A palavra crase é de origem grega e significa fusão, mistura. Em gramática, basicamente a crase se refere à fusão da preposição a com o artigo feminino a: Vou à escola. O verbo ir rege a preposição a, que se funde com o artigo exigido pelo substantivo feminino escola: Vou à (a+a) escola.
A ocorrência de crase é marcada com o acento grave (`). A troca de escola por um substantivo masculino equivalente comprova a existência de preposição e artigo: Vou ao (a+o) colégio.
No caso de ir a algum lugar e voltar de algum lugar, usa-se crase quando: "Vou à Bolívia. Volto da Bolívia". Não se usa crase quando: "Vou a São Paulo. Volto de São Paulo". Ou seja, se você vai a e volta da, crase há. Se você vai a e volta de, crase para quê?
É erro colocar acento grave antes de palavras que não admitam o artigo feminino a, como verbos, a maior parte dos pronomes e as palavras masculinas.
A tabela resume os principais casos em que a crase deve (ou não) ser utilizada:
Caso
Uso obrigatório
Uso proibitivo
Uso facultativo
Antes de
palavras masculinas
·  Quando estiver implícito “à moda de”:móveis à Luís 15;

·  Quando subentendido termo feminino:vou à [praça]João Mendes
Viajar a convite,
traje a rigor,
passeio a pé,
sal a gosto,
TV a cabo,
barco a remo,
carro a álcool etc.

Antes de verbos

Disposto a colaborar.

Antes de pronomes

Antes da maior parte deles:
Disse a ela que não virá; nunca se refere a você.
Pronomespossessivos:
Enviou a carta à sua família.
Enviou a carta a sua família.
Quando "a" vem
antes de plural

pesquisa não se refere a mulheres casadas.

Expressões formadas
por palavras repetidas

Cara a cara; ponta a ponta frente a frente; gota a gota.

Depois de
"para",
"até",
"perante",
"com",
"contra"
outras
preposições

jogo está marcado para as 16h; foi até a esquina; lutou contra as americanas.

Antes de
cidades,
Estados,
países
·  Foi à Itália (voltouda Itália).

·  Chegou à Paris dos poetas (voltouda Paris dos poetas).
·  Foi a Roma (voltou deRoma).

·  Foi a Paris (voltou deParis).

Locuções adverbiais, conjuntivas ou prepositivas de base feminina
Às vezes, 
às pressas,
à primeira vista,
à medida que,
à noite,
à custa de,
à procura de,
à beira de,
à tarde,
à vontade,
às cegas,
às escuras,
às claras, etc.

Locuçõesfemininas de meio ou instrumento:
À vela/a vela;
à
 bala/a bala;
à
 vista/a vista; 
à
 mão/a mão. (Prefira crase quando for preciso evitar ambiguidade: Receber à bala).
Aquele,
aqueles,
aquilo,
aquela,
aquelas
·  Referiu-se àquilo;

·  Foi àquele restaurante;

·  Dedicou-se àquela tarefa.


Com demonstrativo
“a”
·  A capitania de Minas Gerais estava ligada à de São Paulo;

·  Falarei às que quiserem me ouvir.


Veja também


: )  Dica legal sobre a crase:  Se você vai a e volta da, crase há. Se você vai a e volta de, crase para quê?

sexta-feira, 17 de junho de 2011

                                           TENTAÇÃO


Ela estava com soluço. E como se não bastasse a claridade das duas horas, ela era ruiva.
Na rua vazia as pedras vibravam de calor - a cabeça da menina flamejava. Sentada nos degraus de sua casa, ela suportava. Ninguém na rua, só uma pessoa esperando inutilmente no ponto do bonde. E como se não bastasse seu olhar submisso e paciente, o soluço a interrompia de momento a momento, abalando o queixo que se apoiava conformado na mão. Que fazer de uma menina ruiva com soluço? Olhamo-nos sem palavras, desalento contra desalento. Na rua deserta nenhum sinal de bonde. Numa terra de morenos, ser ruivo era uma revolta involuntária. Que importava se num dia futuro sua marca ia fazê-la erguer insolente uma cabeça de mulher? Por enquanto ela estava sentada num degrau faiscante da porta, às duas horas. O que a salvava era uma bolsa velha de senhora, com alça partida. Segurava-a com um amor conjugal já habituado, apertando-a contra os joelhos.
Foi quando se aproximou a sua outra metade neste mundo, um irmão em Grajaú. A possibilidade de comunicação surgiu no ângulo quente da esquina acompanhando uma senhora, e encarnada na figura de um cão. Era um basset lindo e miserável, doce sob a sua fatalidade. Era um basset ruivo.
Lá vinha ele trotando, à frente da sua dona, arrastando o seu comprimento. Desprevenido, acostumado, cachorro.
A menina abriu os olhos pasmados. Suavemente avisado, o cachorro estacou diante dela. Sua língua vibrava. Ambos se olhavam.
Entre tantos seres que estão prontos para se tornarem donos de outro ser, lá estava a menina que viera ao mundo para ter aquele cachorro. Ele fremia suavemente, sem latir. Ela olhava-o sob os cabelos, fascinada, séria. Quanto tempo se passava? Um grande soluço sacudiu-a desafinado. Ele nem sequer tremeu. Também ela passou por cima do soluço e continuou a fitá-lo. Os pêlos de ambos eram curtos, vermelhos.
Que foi que se disseram? Não se sabe. Sabe-se apenas que se comunicaram rapidamente, pois não havia tempo. Sabe-se também que sem falar eles se pediam. Pediam-se, com urgência, com encabulamento, surpreendidos.
No meio de tanta vaga impossibilidade e de tanto sol, ali estava a solução para a criança vermelha. E no meio de tantas ruas a serem trotadas, de tantos cães maiores, de tantos esgotos secos - lá estava uma menina, como se fora carne de sua ruiva carne. Eles se fitavam profundos, entregues, ausentes do Grajaú. Mais um instante e o suspenso sonho se quebraria, cedendo talvez à gravidade com que se pediam.
Mas ambos eram comprometidos.
Ela com sua infância impossível, o centro da inocência que só se abriria quando ela fosse uma mulher. Ele, com sua natureza aprisionada.
A dona esperava impaciente sob o guarda-sol. O basset ruivo afinal despregou-se da menina e saiu sonâmbulo. Ela ficou espantada, com o acontecimento nas mãos, numa mudez que nem pai nem mãe compreenderiam. Acompanhou-o com olhos pretos que mal acreditavam, debruçada sobre a bolsa e os joelhos, até vê-lo dobrar a outra esquina.

Autora: Clarice Lispector 


Ora, ora, bem típico de Clarice...Um conto comportamentalista e intimista. O que acharam? 

segunda-feira, 13 de junho de 2011

No mundo todo se fala português!

A Língua Portuguesa é falada por mais de 210 milhões de pessoas ao redor de todo o mundo.O espalhamento do português pelo mundo começa quando Portugal, por motivos econômicos e políticos, para formar o seu Império Colonial, leva a Língua Portuguesa pelo mundo afora. Do contato com os povos encontrados resultou um forte intercâmbio que fez a Língua portuguesa ganhasse raízes em outras partes do mundo, sofrendo, naturalmente, mudanças.
Chamamos de lusofonia o conjunto de identidade culturais existentes em países falantes da Língua Portuguesa como: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Macau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe, Timor Leste – e entre diversas pessoas e comunidades em todo o mundo.  (Revista do aluno 2ª série do Ensino médio(recuperação) . São Paulo faz escola - 2009. p.5)  


“A Língua Portuguesa é um verdadeiro desafio para quem escreve.”(Clarice Lispector)